Muito bem. Farei aqui
uma breve descrição da minha primeira viagem a Europa. Mais para eu mesmo lembrar da cronologia da viagem, pois não teria paciência de ler de outro alguém tudo isso. Como tenho
uma irmã morando em Munique (Alemanha), as coisas já ficaram muito
mais fáceis pra mim. Compra de passagens aéreas, reserva de hotéis,
quase tudo realizado por ela. Da cidade que mais gostei... Munique, talvez porque tenha sido o primeiro local visitado. Talvez não... Talvez pelo verde presente na cidade, pelas ruas limpas, pelo rio que corta a cidade de águas límpidas e transparentes, pela organização social e do trânsito, pelo respeito ao ciclista (a bicicleta movimenta a cidade), pela segurança nas ruas, etc. É, acho que não foi por ter sido o primeiro destino.
Um roteiro previamente estudado e programado. A idéia era ainda ir para a Áustria e República Tcheca, porém, o tempo apertou um pouco e decidi deixar para uma próxima. A Alemanha destaca-se pela organização, respeito ao próximo, uso de energias alternativas (porém um país com alto gasto energético e alta produção de lixo) e qualidade no transporte coletivo. A Itália, especialmente Roma, já é mais tipo Brasil. Um pouco de lixo aqui e ali, trânsito meio maluco... A França seria um meio termo, na minha avaliação.
Só tenho agradecer à minha irmã, Carla Kuhn, que me acolheu e auxiliou em tudo, às pessoas que conheci lá e contribuiram de alguma forma e aos envolvidos na questão do meu passaporte (descrito abaixo). Como resultado, foram várias cidades e pontos turísticos visitados, algumas descidas em estações de trem erradas, muito chocolate, mais de 60
espécies de aves registradas e mais de 700 km pedalados. Desejo que todos possam ter essa oportunidade algum dia..
- Dia 22/05 embarco a um
mundo desconhecido por mim. Pois bem, quase não embarco... Como um
bom virginiano cheguei com muita antecedência no aeroporto de Porto
Alegre e assim que abriu o check-in, estava lá eu... Apresentei a
passagem e a moça pede: “O passaporte por favor”. Documentos
organizados a mais de 3 semanas antes da viagem e o que consigo
esquecer em casa? O bendito passaporte, a única coisa que não
poderia faltar. Desespero a flor da pele... Graças a minha colega de
morada, vizinha e colegas de trabalho, o documento esquecido chega a
tempo no aeroporto, ainda com uma certa folga de tempo. Escala no Rio de
Janeiro e Amsterdã (Holanda), chego em Munique no dia 23 de
tardinha, recepcionado com cerveja, pretzel e livros de aves. No mesmo dia já consigo realizar um dos meus desejos da
viagem, fotografar corvos.
- No primeiro dia
acordando em terra alemã, 24, fomos conhecer o centro de Munique, o
Marienplatz, o Parlamento da Baviera e a Catedral da cidade
(Frauenkirche). Antes do meio dia, eu, minha irmã e meu cunhado,
saímos em pedalada para o município de Freising (Frisinga). Seguindo o Rio
Isar, pedalamos em ciclovias em meio a bosques invejáveis. Nada de
lixo jogado, ciclovias de chão batido em perfeitas condições e o
visual das águas límpidas do Isar indicavam que a viagem seria
muito proveitosa. Em Freising visitamos, o que é para
ser, a cervejaria mais antiga do mundo, a Weihenstephan, que
comercializa cerveja desde 1040. No retorno, ainda passamos em frente
do Allianz Arena, estádio de futebol do Bayer de Munique.
Totalizamos 90 km pedalados no dia, sem apresentar nenhum tipo de
cansaço, certamente devido a inspiração e a beleza que a natureza
do local nos apresentava.
- No dia 25, com a
presença de amigos da minha irmã, um italiano e uma brasileira,
fomos de trem até a cidade de Garmisch-Partenkirchen, onde visitamos
o Partnachklamm, um parque natural onde podemos apreciar um pequeno
rio, vindo das montanhas e atravessando paredões de pedra. Além de
uma caminhada até o topo de uma das montanhas. Em algumas, as mais
altas, ainda era possível visualizar neve. Foram mais de 20 km de
caminhada neste dia com variação de mais de 1000 metros de
altitude.
- Bom, já estava ansioso
para ter um tempo dedicado somente a observação de aves. Assim no
dia 26 fui até o Englischer Garten (jardim inglês), um parque
urbano com quase 400 hectares de área (é considerada a maior área
verde, um uma cidade, do mundo). Digno de ficar perdido nas ciclovias
e caminho de pedestres, deslumbrado pela beleza do verde, das águas
e pela tranquilidade do local.
A tarde: visitamos o
zoológico de Munique, o Palácio de Nymphenburg e o Olympiapark.
- Dia 27 foi dia de
pedalar mais uma vez. Fomos de trem até Aying, de onde pedalamos até
Rosenheim. De lá, utilizamos o trem para deslocarmos até Prien am
Chiemsee, onde pedalamos no entorno do lago Chiemsee, totalizando
mais 90 km de bike. Neste dia pratiquei o “wassertreten”, uma
espécie de hidroterapia, caminhado em um leito de água gelada até o joelho.
- Para seguir no embalo
do pedal, dia 28 pedalamos para conhecer um pouco do passado triste e
cruel da Alemanha. Fomos até um antigo campo de concentração em
Dachau. O local chegou a ter quase 200 mil prisioneiros. Uma
atmosfera cinzenta toma o local, onde ainda é possível se visitar
os fornos onde os judeus eram carbonizados. Também conhecemos o
Palácio de Schleisshem, na comunidade de Oberschleissen.
- Dia 29 eu e minha irmã,
fomos de trem até a capital germânica, Berlim. Assim, no outro dia
(30/05), foi a vez de conhecer os principais pontos turísticos da
capital, como, a imponente Catedral Luterana, o Portão de
Brandemburgo, o Parlamento Alemão, a Gedachtniskirsche (a igreja em
ruínas, destruída em 1943 na 2ª Guerra), o Memorial do Holocausto
e, claro, resquícios do Muro de Berlim que ficavam a poucos metros
do nosso hostel.
- No dia seguinte (31),
alugamos duas bicicletas e fomos até a cidade vizinha de Postdam,
uma cidade dominada de castelos e palácios. Novamente, mais de 90 km
pedalados.
- No primeiro dia de
junho, saí para dar uma passarinhada nos parques de Berlim e a
tarde, partimos para a cidade de Colônia, via trem-bala. Em Colônia
ficamos hospedados na casa da ex-chefe de estágio da minha irmã, que nos recebeu da melhor forma possível.
- Dia 02/06 fomos até a
cidade de Bonn (Bona), cidade natal do compositor Ludwig van
Beethoven. No período da tarde
visitamos a cidade de Bad Honnef, onde minha irmã havia feito
recentemente seu estágio.
- Outro destino
importante da viagem era o local de onde vieram meus antepassados da
família Kuhn, na localidade de Hasborn, município de Tholey. E
assim o fizemos no dia 03. Lá conhecemos um senhor, já idoso, Alois
Finkler, que nos deu uma aula de história da região. Mais tarde
seguimos para a cidade de Trier, uma cidade de arquitetura esplendora
e cidade natal de Karl Marx.
- No próximo dia (04)
passeamos pela cidade de Colônia onde tive muito tempo para apreciar
a majestosa catedral da cidade. Em estilo gótico, é a terceira mais
alta igreja do mundo. De noite sigo viagem, agora sozinho, para a
França, viagem esta realizada de ônibus.
- No primeiro dia em
Paris (05/06), claro que busquei conhecer o símbolo maior da cidade, a Torre Eiffel. Com seus 324 metros de altura, é um dos locais
mais visitados do mundo. Não me dei ao tempo de enfrentar enormes
filas para subir nela, optei em conhecer outros lugares. Também
neste dia visitei o Arco do Triunfo.
- No dia 06 fui conhecer
a famosa Catedral de Notre Dame. Não me cansei de observar os
gárgulas no entorno da igreja.
No período da tarde ocorreu um pequeno incidente no local, os
visitantes que estavam no interior da igreja tiveram que ficar dentro
da mesma por cerca de 4 hs até que todos fossem devidamente
identificados. Felizmente não estava mais no local naquela hora. Me
desloquei então até o Museu do Louvre mas, infelizmente, ver a
Monalisa ficou para uma próxima viagem. O museu (a parte interna)
não abre as terças.
- Não estava no meu roteiro, mas por insistência de minha irmã, no dia 07 fui visitar o
Palácio de Versalhes. Uma estrutura grandiosa com belíssimos e
enormes jardins e lagos artificiais.
- Ainda na madrugada do
dia 08 embarco no avião rumo a Roma (Itália). Neste dia pude
visitar o Coliseu, as ruínas do Fórum Romano, a Fontana di Trevi e outras
atrações de Roma. Até passar e entrar nas igrejas... é quase que
uma do lado da outra.
- Dia 09, de trem, fui
até a cidade de Cassino. Provavelmente o destino mais esperado da
viagem. O objetivo era visitar o Cemitério de Guerra de Cassino.
Nele se encontra um memorial com o nome de vários soldados mortos em combate na 2ª Guerra Mundial, em 1944, cujos corpos não foram localizados. Chegando ao objetivo específico, lá está o nome de
Eric Fletcher Waters, pai do ex-líder e fundador do Pink Floyd,
Roger Waters, morto na praia de Ânzio, que também visitei no mesmo
dia.
- Dia 09 me desloquei,
novamente de trem, até a cidade de Assis. Cidade esta onde viveu São
Francisco de Assis, o protetor dos animais. Localizada no alto de uma
montanha, apresenta um cenário medieval, tornando Assis um
excelente local de reflexão, de paz e de tranquilidade. E não podia
deixar de passar a noite no local, apreciando um belíssimo pôr do
sol.
- No dia seguinte,
retornei a Roma. Dia 12, pela manhã, fui até o Vaticano. Cedinho,
para não enfrentar as filas quilométricas. Funcionou para visitar a
Basílica de São Pedro e subir até sua cúpula. Iria visitar também
a Capela Sistina, mas as filas, sob um sol de quase 30 graus, me
fizeram optar ao descanso no hostel. Também a tardinha já estaria
retornando a Munique.
- No dia 13 só queria um
tempo para descansar, poder dormir um pouco mais, enfim, não ter
compromisso.
- O Castelo de Neuschwanstein, em
Hohenschwangau, foi o destino dia 14. Cidade cativante, caminhada em meio a mata de coníferas até o castelo, tudo especial.
- Dia 15 foi dia de
conhecer o sogro da minha irmã na cidade de Dinkelsbuhl. Considerada
uma das cidades mais antigas da Alemanha. Praticamente toda cercada
por muros e com portões de acesso, apresenta-se como uma cidade
calma e de arquitetura arcaica.
- Agora subindo o Isar, no
dia 16, pedalamos até a cidade de Wolfrashausen. Dia de reencontrar uma amiga que havia participado de atividades sociais no Brasil há alguns anos atrás.
- 17 de junho, comemoração de aniversário da conterrânea Lilian Staudt, com direito a churrasco alemão (grillen) na beiro do rio Isar.
- Dia 18, hora de dar a última pedalada em terras germânicas. Pedalamos até a Barragem de Speichersee e no final de tarde, para encerrar de forma agradável, um banho nas águas geladas do Isar.
- Retorno dia 19/06 pela manhã, chegada dia 20 a tarde e dia 21 de volta às atividades de trabalho.
Até breve, Velho Mundo. Com certeza voltarei!!!
2 comentários:
Carlos que viagem linda!!! Me deu saudades da Carlinha e da Alemanha!!!!
Pois é. Ela falava as vezes da tua passada por lá...
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