quarta-feira, 5 de julho de 2017

Viagem à Europa

     Muito bem. Farei aqui uma breve descrição da minha primeira viagem a Europa. Mais para eu mesmo lembrar da cronologia da viagem, pois não teria paciência de ler de outro alguém tudo isso. Como tenho uma irmã morando em Munique (Alemanha), as coisas já ficaram muito mais fáceis pra mim. Compra de passagens aéreas, reserva de hotéis, quase tudo realizado por ela. Da cidade que mais gostei... Munique, talvez porque tenha sido o primeiro local visitado. Talvez não... Talvez pelo verde presente na cidade, pelas ruas limpas, pelo rio que corta a cidade de águas límpidas e transparentes, pela organização social e do trânsito, pelo respeito ao ciclista (a bicicleta movimenta a cidade), pela segurança nas ruas, etc. É, acho que não foi por ter sido o primeiro destino. 
     Um roteiro previamente estudado e programado. A idéia era ainda ir para a Áustria e República Tcheca, porém, o tempo apertou um pouco e decidi deixar para uma próxima. A Alemanha destaca-se pela organização, respeito ao próximo, uso de energias alternativas (porém um país com alto gasto energético e alta produção de lixo) e qualidade no transporte coletivo. A Itália, especialmente Roma, já é mais tipo Brasil. Um pouco de lixo aqui e ali, trânsito meio maluco... A França seria um meio termo, na minha avaliação.
     Só tenho agradecer à minha irmã, Carla Kuhn, que me acolheu e auxiliou em tudo, às pessoas que conheci lá e contribuiram de alguma forma e aos envolvidos na questão do meu passaporte (descrito abaixo). Como resultado, foram várias cidades e pontos turísticos visitados, algumas descidas em estações de trem erradas, muito chocolate, mais de 60 espécies de aves registradas e mais de 700 km pedalados. Desejo que todos possam ter essa oportunidade algum dia..

- Dia 22/05 embarco a um mundo desconhecido por mim. Pois bem, quase não embarco... Como um bom virginiano cheguei com muita antecedência no aeroporto de Porto Alegre e assim que abriu o check-in, estava lá eu... Apresentei a passagem e a moça pede: “O passaporte por favor”. Documentos organizados a mais de 3 semanas antes da viagem e o que consigo esquecer em casa? O bendito passaporte, a única coisa que não poderia faltar. Desespero a flor da pele... Graças a minha colega de morada, vizinha e colegas de trabalho, o documento esquecido chega a tempo no aeroporto, ainda com uma certa folga de tempo. Escala no Rio de Janeiro e Amsterdã (Holanda), chego em Munique no dia 23 de tardinha, recepcionado com cerveja, pretzel e livros de aves. No mesmo dia já consigo realizar um dos meus desejos da viagem, fotografar corvos.
- No primeiro dia acordando em terra alemã, 24, fomos conhecer o centro de Munique, o Marienplatz, o Parlamento da Baviera e a Catedral da cidade (Frauenkirche). Antes do meio dia, eu, minha irmã e meu cunhado, saímos em pedalada para o município de Freising (Frisinga). Seguindo o Rio Isar, pedalamos em ciclovias em meio a bosques invejáveis. Nada de lixo jogado, ciclovias de chão batido em perfeitas condições e o visual das águas límpidas do Isar indicavam que a viagem seria muito proveitosa. Em Freising visitamos, o que é para ser, a cervejaria mais antiga do mundo, a Weihenstephan, que comercializa cerveja desde 1040. No retorno, ainda passamos em frente do Allianz Arena, estádio de futebol do Bayer de Munique. Totalizamos 90 km pedalados no dia, sem apresentar nenhum tipo de cansaço, certamente devido a inspiração e a beleza que a natureza do local nos apresentava.



- No dia 25, com a presença de amigos da minha irmã, um italiano e uma brasileira, fomos de trem até a cidade de Garmisch-Partenkirchen, onde visitamos o Partnachklamm, um parque natural onde podemos apreciar um pequeno rio, vindo das montanhas e atravessando paredões de pedra. Além de uma caminhada até o topo de uma das montanhas. Em algumas, as mais altas, ainda era possível visualizar neve. Foram mais de 20 km de caminhada neste dia com variação de mais de 1000 metros de altitude.
- Bom, já estava ansioso para ter um tempo dedicado somente a observação de aves. Assim no dia 26 fui até o Englischer Garten (jardim inglês), um parque urbano com quase 400 hectares de área (é considerada a maior área verde, um uma cidade, do mundo). Digno de ficar perdido nas ciclovias e caminho de pedestres, deslumbrado pela beleza do verde, das águas e pela tranquilidade do local.
A tarde: visitamos o zoológico de Munique, o Palácio de Nymphenburg e o Olympiapark.
- Dia 27 foi dia de pedalar mais uma vez. Fomos de trem até Aying, de onde pedalamos até Rosenheim. De lá, utilizamos o trem para deslocarmos até Prien am Chiemsee, onde pedalamos no entorno do lago Chiemsee, totalizando mais 90 km de bike. Neste dia pratiquei o “wassertreten”, uma espécie de hidroterapia, caminhado em um leito de água gelada até o joelho.


- Para seguir no embalo do pedal, dia 28 pedalamos para conhecer um pouco do passado triste e cruel da Alemanha. Fomos até um antigo campo de concentração em Dachau. O local chegou a ter quase 200 mil prisioneiros. Uma atmosfera cinzenta toma o local, onde ainda é possível se visitar os fornos onde os judeus eram carbonizados. Também conhecemos o Palácio de Schleisshem, na comunidade de Oberschleissen.
- Dia 29  eu e minha irmã, fomos de trem até a capital germânica, Berlim. Assim, no outro dia (30/05), foi a vez de conhecer os principais pontos turísticos da capital, como, a imponente Catedral Luterana, o Portão de Brandemburgo, o Parlamento Alemão, a Gedachtniskirsche (a igreja em ruínas, destruída em 1943 na 2ª Guerra), o Memorial do Holocausto e, claro, resquícios do Muro de Berlim que ficavam a poucos metros do nosso hostel.

- No dia seguinte (31), alugamos duas bicicletas e fomos até a cidade vizinha de Postdam, uma cidade dominada de castelos e palácios. Novamente, mais de 90 km pedalados.

- No primeiro dia de junho, saí para dar uma passarinhada nos parques de Berlim e a tarde, partimos para a cidade de Colônia, via trem-bala. Em Colônia ficamos hospedados na casa da ex-chefe de estágio da minha irmã, que nos recebeu da melhor forma possível.
- Dia 02/06 fomos até a cidade de Bonn (Bona), cidade natal do compositor Ludwig van Beethoven. No período da tarde visitamos a cidade de Bad Honnef, onde minha irmã havia feito recentemente seu estágio.
- Outro destino importante da viagem era o local de onde vieram meus antepassados da família Kuhn, na localidade de Hasborn, município de Tholey. E assim o fizemos no dia 03. Lá conhecemos um senhor, já idoso, Alois Finkler, que nos deu uma aula de história da região. Mais tarde seguimos para a cidade de Trier, uma cidade de arquitetura esplendora e cidade natal de Karl Marx.
- No próximo dia (04) passeamos pela cidade de Colônia onde tive muito tempo para apreciar a majestosa catedral da cidade. Em estilo gótico, é a terceira mais alta igreja do mundo. De noite sigo viagem, agora sozinho, para a França, viagem esta realizada de ônibus.
- No primeiro dia em Paris (05/06), claro que busquei conhecer o símbolo maior da cidade, a Torre Eiffel. Com seus 324 metros de altura, é um dos locais mais visitados do mundo. Não me dei ao tempo de enfrentar enormes filas para subir nela, optei em conhecer outros lugares. Também neste dia visitei o Arco do Triunfo.

- No dia 06 fui conhecer a famosa Catedral de Notre Dame. Não me cansei de observar os gárgulas no entorno da igreja. No período da tarde ocorreu um pequeno incidente no local, os visitantes que estavam no interior da igreja tiveram que ficar dentro da mesma por cerca de 4 hs até que todos fossem devidamente identificados. Felizmente não estava mais no local naquela hora. Me desloquei então até o Museu do Louvre mas, infelizmente, ver a Monalisa ficou para uma próxima viagem. O museu (a parte interna) não abre as terças.



- Não estava no meu roteiro, mas por insistência de minha irmã, no dia 07 fui visitar o Palácio de Versalhes. Uma estrutura grandiosa com belíssimos e enormes jardins e lagos artificiais.
- Ainda na madrugada do dia 08 embarco no avião rumo a Roma (Itália). Neste dia pude visitar o Coliseu, as ruínas do Fórum Romano, a Fontana di Trevi e outras atrações de Roma. Até passar e entrar nas igrejas... é quase que uma do lado da outra.
- Dia 09, de trem, fui até a cidade de Cassino. Provavelmente o destino mais esperado da viagem. O objetivo era visitar o Cemitério de Guerra de Cassino. Nele se encontra um memorial com o nome de vários  soldados  mortos em  combate  na  2ª  Guerra  Mundial,  em 1944,  cujos  corpos  não  foram localizados. Chegando ao objetivo específico, lá está o nome de Eric Fletcher Waters, pai do ex-líder e fundador do Pink Floyd, Roger Waters, morto na praia de Ânzio, que também visitei no mesmo dia.

- Dia 09 me desloquei, novamente de trem, até a cidade de Assis. Cidade esta onde viveu São Francisco de Assis, o protetor dos animais. Localizada no alto de uma montanha, apresenta um cenário medieval, tornando Assis um excelente local de reflexão, de paz e de tranquilidade. E não podia deixar de passar a noite no local, apreciando um belíssimo pôr do sol.


- No dia seguinte, retornei a Roma. Dia 12, pela manhã, fui até o Vaticano. Cedinho, para não enfrentar as filas quilométricas. Funcionou para visitar a Basílica de São Pedro e subir até sua cúpula. Iria visitar também a Capela Sistina, mas as filas, sob um sol de quase 30 graus, me fizeram optar ao descanso no hostel. Também a tardinha já estaria retornando a Munique.
- No dia 13 só queria um tempo para descansar, poder dormir um pouco mais, enfim, não ter compromisso.
- O Castelo de Neuschwanstein, em Hohenschwangau, foi o destino dia 14. Cidade cativante, caminhada em meio a mata de coníferas até o castelo, tudo especial.
- Dia 15 foi dia de conhecer o sogro da minha irmã na cidade de Dinkelsbuhl. Considerada uma das cidades mais antigas da Alemanha. Praticamente toda cercada por muros e com portões de acesso, apresenta-se como uma cidade calma e de arquitetura arcaica.
- Agora subindo o Isar, no dia 16, pedalamos até a cidade de Wolfrashausen. Dia de reencontrar uma amiga que havia participado de atividades sociais no Brasil há alguns anos atrás.
- 17 de junho, comemoração de aniversário da conterrânea Lilian Staudt, com direito a churrasco alemão (grillen) na beiro do rio Isar.
- Dia 18, hora de dar a última pedalada em terras germânicas. Pedalamos até a Barragem de  Speichersee e no final de tarde, para encerrar de forma agradável, um banho nas águas geladas do Isar.
- Retorno dia 19/06 pela manhã, chegada dia 20 a tarde e dia 21 de volta às atividades de trabalho.

Até breve, Velho Mundo. Com certeza voltarei!!!




2 comentários:

Unknown disse...

Carlos que viagem linda!!! Me deu saudades da Carlinha e da Alemanha!!!!

Carlos Neimar Kuhn disse...

Pois é. Ela falava as vezes da tua passada por lá...